Thesis Chapters by Carla Lima

Este artigo apresenta algumas dimensões da experiência de campo do coletor e naturalista britânic... more Este artigo apresenta algumas dimensões da experiência de campo do coletor e naturalista britânico Alfred Russel Wallace na Amazônia, efetuado no período de 1848 a 1852. A partir de seus escritos produzidos na e sobre a região, pretendeu-se enfocar o cotidiano de suas explorações de coleta de espécies e as formas pelas quais interagiu com o ambiente e as culturas dos lugares que visitou. Por último, demonstra-se que a experiência de campo foi fundamental para seu treinamento técnico e formação intelectual, já que foi através dela que o naturalista pôde adquirir habilidades e amadurecer reflexões as quais o transformaram em um filósofo da natureza. Para isso, esta análise valeu-se de recursos metodológicos e fontes de variadas naturezas: apreciação de relatos de viagem; análise da correspondência relacionada aos viajantes Richard Spruce, Henry Bates e Wallace. Por fim, esta proposta de trabalho consiste em analisar as interações de homens de ciência com a realidade da região e avaliar de que modo estas foram cruciais para o sucesso do trabalho de Wallace como naturalista.

Este artigo apresenta algumas dimensões da experiência de campo do coletor e naturalista britânic... more Este artigo apresenta algumas dimensões da experiência de campo do coletor e naturalista britânico Alfred Russel Wallace na Amazônia, efetuado no período de 1848 a 1852. A partir de seus escritos produzidos na e sobre a região, pretendeu-se enfocar o cotidiano de suas explorações de coleta de espécies e as formas pelas quais interagiu com o ambiente e as culturas dos lugares que visitou. Por último, demonstra-se que a experiência de campo foi fundamental para seu treinamento técnico e formação intelectual, já que foi através dela que o naturalista pôde adquirir habilidades e amadurecer reflexões as quais o transformaram em um filósofo da natureza. Para isso, esta análise valeu-se de recursos metodológicos e fontes de variadas naturezas: apreciação de relatos de viagem; análise da correspondência relacionada aos viajantes Richard Spruce, Henry Bates e Wallace. Por fim, esta proposta de trabalho consiste em analisar as interações de homens de ciência com a realidade da região e avaliar de que modo estas foram cruciais para o sucesso do trabalho de Wallace como naturalista.

Revista do Lhiste – Laboratório de Ensino de História e Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2017
A Amazônia tem sido, desde os
primeiros registros de viajantes europeus a seu
respeito, alvo de r... more A Amazônia tem sido, desde os
primeiros registros de viajantes europeus a seu
respeito, alvo de representações diversas,
predominando um misto de fascínio e repulsa
(paraíso ou inferno). Essa visão oscilante
cristalizou alguns estereótipos ainda presentes
no pensamento social brasileiro, tais como:
“terra sem história” ou “região à margem da
civilização”. O objetivo do presente artigo é
apresentar um breve balanço historiográfico
sobre abordagens em história ambiental e, mais
especificamente, pontuar alguns trabalhos que
delimitaram a Amazônia (o maior bioma
brasileiro) nessa vertente. Veremos que os
trabalhos orientados pela história ambiental
conseguem superar o determinismo geográfico e
oferecem interpretações mais aprofundadas da
região. Desse modo, enfatiza-se que a
permanência de visões maniqueístas sobre o
maior bioma brasileiro contribui para jogos de
interesses econômicos e de ocupação de seu
território
Papers by Carla Lima

Estudios Rurales
La interacción entre cada sociedad con su entorno natural condensa una historia de interpretacion... more La interacción entre cada sociedad con su entorno natural condensa una historia de interpretaciones, reflexiones, contrariedades, pretensiones de definiciones y caracterizaciones, así como de métodos de investigación donde el denominador común que se encuentra en el núcleo de estos aportes es la noción de conflicto. Autores como Leal, Soluri y Pádua (2018) aseguran que “los historiadores ambientales se esfuerzan no solo por introducir nuevas preguntas, actores y marcos explicativos, sino también por arrojar nueva luz sobre temas familiares como el surgimiento de los Estados-nación, las desigualdades sociales y el cambio tecnológico”. En este sentido, en la búsqueda por describir y analizar las interacciones entre el mundo social y natural los conflictos ambientales emergen dinamizando estos vínculos y potenciando las preocupaciones sobre el impacto humano en la naturaleza y las consecuencias que de ello se desprende.
Historiae, Sep 16, 2013
RESUMO Este trabalho aborda as interações do viajante naturalista Alfred Russel Wallace com o mei... more RESUMO Este trabalho aborda as interações do viajante naturalista Alfred Russel Wallace com o meio ambiente e com os modos de vida das sociedades tradicionais amazônicas. Por meio do exame dessa relação busca-se recuperar o cotidiano das viagens de coleta desse naturalista independente. Neste ponto, deve-se observar que Wallace, embora estivesse consciente de pertencer a um "centro" de irradiação de "civilização" e "progresso", não ousou atravessar as regiões interiores do país sem contar com as estruturas sociais já estabelecidas. A condição de viajante coletor lhe permitiu que interagisse com o meio ambiente e as dinâmicas daquela sociedade. Portanto, esta proposta de trabalho com viajantes busca observar as interações desse homem da "ciência" com a realidade da região e, ainda, de que modo estas foram cruciais para o sucesso de seu trabalho de naturalista.

Helius, 2020
Este artigo apresenta algumas dimensões da experiência de campo do coletor e naturalista britânic... more Este artigo apresenta algumas dimensões da experiência de campo do coletor e naturalista britânico Alfred Russel Wallace na Amazônia, efetuado no período de 1848 a 1852. A partir de seus escritos produzidos na e sobre a região, pretendeu-se enfocar o cotidiano de suas explorações de coleta de espécies e as formas pelas quais interagiu com o ambiente e as culturas dos lugares que visitou. Por último, demonstra-se que a experiência de campo foi fundamental para seu treinamento técnico e formação intelectual, já que foi através dela que o naturalista pôde adquirir habilidades e amadurecer reflexões as quais o transformaram em um filósofo da natureza. Para isso, esta análise valeu-se de recursos metodológicos e fontes de variadas naturezas: apreciação de relatos de viagem; análise da correspondência relacionada aos viajantes Richard Spruce, Henry Bates e Wallace. Por fim, esta proposta de trabalho consiste em analisar as interações de homens de ciência com a realidade da região e avaliar de que modo estas foram cruciais para o sucesso do trabalho de Wallace como naturalista.
Este trabalho aborda as interações do viajante naturalista Alfred Russel Wallace com o meio ambie... more Este trabalho aborda as interações do viajante naturalista Alfred Russel Wallace com o meio ambiente e com os modos de vida das sociedades tradicionais amazônicas. Por meio do exame dessa relação busca-se recuperar o cotidiano das viagens de coleta desse naturalista independente. Neste ponto, deve-se observar que Wallace, embora estivesse consciente de pertencer a um "centro" de irradiação de "civilização" e "progresso", não ousou atravessar as regiões interiores do país sem contar com as estruturas sociais já estabelecidas. A condição de viajante coletor lhe permitiu que interagisse com o meio ambiente e as dinâmicas daquela sociedade. Portanto, esta proposta de trabalho com viajantes busca observar as interações desse homem da "ciência" com a realidade da região e, ainda, de que modo estas foram cruciais para o sucesso de seu trabalho de naturalista.
Talks by Carla Lima

Revista Fapesp, 2019
Contribuinte menos conhecido da teoria da evolução, Alfred Wallace esteve entre 1848 e 1852 na Am... more Contribuinte menos conhecido da teoria da evolução, Alfred Wallace esteve entre 1848 e 1852 na Amazônia, onde coletou espécimes, escreveu e desenhou e m abril de 1848, o naturalista britânico Alfred Russel Wallace (1823-1913), que viria a ser conhecido por seus estudos sobre seleção natural, deu início à primeira grande aventura de sua vida. Munido de algumas economias guardadas durante os anos em que trabalhou como agrimensor para a pequena empresa de um irmão, no Reino Unido, ele e o amigo Henry Walter Bates (1825-1892), com quem dividia o interesse pela botânica e entomologia, embarcaram no porto de Liverpool com destino a Belém, no Pará. Eles não sabiam ao certo o que iriam encontrar. "Existia uma ou outra descrição de europeus que haviam viajado pela Amazônia, mas grande parte do território permanecia inexplorado e suscitava curiosidade entre os estrangeiros", diz a historiadora Carla Oliveira de Lima, que estudou a viagem de Wallace ao Brasil em tese de doutorado defendida na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, em 2014. Até os 25 anos, quando iniciou a expedição pela Amazônia, Wallace trabalhou com agrimensura e aritmética, disciplinas que ele chegou a ensinar em uma escola. Além disso, estudava, como autodidata, botânica e zoologia. A leitura de algumas publicações foi importante na preparação da viagem.
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Thesis Chapters by Carla Lima
primeiros registros de viajantes europeus a seu
respeito, alvo de representações diversas,
predominando um misto de fascínio e repulsa
(paraíso ou inferno). Essa visão oscilante
cristalizou alguns estereótipos ainda presentes
no pensamento social brasileiro, tais como:
“terra sem história” ou “região à margem da
civilização”. O objetivo do presente artigo é
apresentar um breve balanço historiográfico
sobre abordagens em história ambiental e, mais
especificamente, pontuar alguns trabalhos que
delimitaram a Amazônia (o maior bioma
brasileiro) nessa vertente. Veremos que os
trabalhos orientados pela história ambiental
conseguem superar o determinismo geográfico e
oferecem interpretações mais aprofundadas da
região. Desse modo, enfatiza-se que a
permanência de visões maniqueístas sobre o
maior bioma brasileiro contribui para jogos de
interesses econômicos e de ocupação de seu
território
Papers by Carla Lima
Talks by Carla Lima
primeiros registros de viajantes europeus a seu
respeito, alvo de representações diversas,
predominando um misto de fascínio e repulsa
(paraíso ou inferno). Essa visão oscilante
cristalizou alguns estereótipos ainda presentes
no pensamento social brasileiro, tais como:
“terra sem história” ou “região à margem da
civilização”. O objetivo do presente artigo é
apresentar um breve balanço historiográfico
sobre abordagens em história ambiental e, mais
especificamente, pontuar alguns trabalhos que
delimitaram a Amazônia (o maior bioma
brasileiro) nessa vertente. Veremos que os
trabalhos orientados pela história ambiental
conseguem superar o determinismo geográfico e
oferecem interpretações mais aprofundadas da
região. Desse modo, enfatiza-se que a
permanência de visões maniqueístas sobre o
maior bioma brasileiro contribui para jogos de
interesses econômicos e de ocupação de seu
território