Papers by Anderson Almeida

Blucher Design Proceedings
Este artigo apresenta uma proposta inicial desenvolvida por um coletivo de pesquisa em design e a... more Este artigo apresenta uma proposta inicial desenvolvida por um coletivo de pesquisa em design e arte, que tem como foco discorrer sobre as fronteiras que se estabelecem no/em design. O viés descritivo proposto traça o que é denominado 'aprogestual', ato-gesto-projeto, na dimensão simbólica de adentrar no design de interiores e percebê-lo como um campo expandido. Para tal afirmativa, foi analisada a obra Desvio para o vermelho, do artista Cildo Meireles, composta por três ambientes. A partir do descrito, propõe-se um experimento onde seja possível identificar o simbólico no fazer projetual do designer de interiores: as escolhas e as ações. Um ato, certamente, que perpassa a somente noção metodologia-projeto. Por fim, a leitura/escrita está próxima do compêndio semântico, a coisa e a não coisa, elaborado por Vilém Flusser, e que abre as fronteiras para nos dizer o que seja esse expandir.

Anais do 41º Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte: Arte em Tempos Sombrios (evento online), 23-27 nov. 2021
Este artigo se constrói nas memórias do silêncio e do horror. Nas imagens de religiosos que foram... more Este artigo se constrói nas memórias do silêncio e do horror. Nas imagens de religiosos que foram arrancados de suas casas, expostos como bandidos e violentados nas ruas do estado de Alagoas. É partindo desta contextualização que discorremos como o fatídico Quebra do Xangô, de 1912, reverberou até meados de 1950, mostrando objetos que foram apreendidos e fotografias de pais, mães e filhos de santos presos e, posteriormente, fotografados nas delegacias, suprindo o desejo de uma elite conservadora e preconceituosa. A memória do horror concretizava-se nas páginas dos noticiários e a imagem do silêncio dos terreiros tornara-se a aparente paz dos que pregavam Deus acima de todos e de tudo. Com este recorte, queremos desvelar o silêncio posto, apontar fios históricos que nos permitirão compreender os cenários e as intempéries de um período aterrorizante para as religiões de matrizes africanas. Palavras-chave: Quebra do Xangô. Memória afrorreligiosa. Objetos de terreiro. Iconoclastia. Arte e memória.
Projeto História : Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História
Este artigo tensiona a busca sobre a modernidade em Alagoas de 1928. Envereda-se sobre a Festa da... more Este artigo tensiona a busca sobre a modernidade em Alagoas de 1928. Envereda-se sobre a Festa da Arte Nova, realizada naquele ano, que parecia ser o retrato de um estado que evoluía, mesmo tardiamente, para o futuro. A narrativa é construída a partir de três perspectivas: o ideal moderno em construção, os temas abordados pelos artistas e a população negra que se avultava na cidade de Maceió.
(Re)existências: anais do 30º encontro nacional da ANPAP, 2021
Revista Visuais, 2017
O artigo estabelece relações entre a obra de Laura Ribero e a estética noir, partindo da concepçã... more O artigo estabelece relações entre a obra de Laura Ribero e a estética noir, partindo da concepção da imagem não só enquanto índice, mas também como imaginação. A atuação da fotógrafa é analisada conforme os elementos também presentes nos filmes de Hitchcock, como o suspense, a fantasia, os contrastes entre o claro e o escuro. Assim como em Hitchcock, a mise-en-scène de Laura Ribero é pontuada pelo curioso, pelo inesperado e pelo misterioso, revelando ao espectador a coexistência das suas duas identidades (a empregada e a fotógrafa) e a interlocução com o espaço. Sua fotografia é fortalecida pelo imaginário que gira em torno dela, motor das suas construções ficcionais, de uma estética permeada pelo noir.

V Connepi 2010, Oct 26, 2010
No Brasil, quando se fala em cultura regional popular, o olhar se volta para um complexo cultural... more No Brasil, quando se fala em cultura regional popular, o olhar se volta para um complexo cultural e enfatizase a riqueza sóciolinguística, baseada numa oralidade espontânea e comportamental. Ariano Suassuna entra dentro dessa visão, através de um sucesso que redesenha cada personagem em seus textos dramáticos e focaliza o inusitado, onde o DRAMA que tece, é visto numa estética com características medievais, mas com um caráter genuinamente nacional, com um discurso sinestésico, de uma grandeza impactante e emotiva. O presente artigo busca discutir a importância que tem a Arte Dramática, enquanto processo colaborativo para a formação do indivíduo, destacando a Arte Armorial, sua contribuição para a cultura nordestina e relatar também a experiência da montagem de um espetáculo teatral, através dos recursos do drama e da linguagem Armorial, com alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas-IFAL.
MODOS: Revista de História da Arte, 2022
Este artigo fala de uma coleção, de sua queima, do fogo que parcialmente a consumiu; das memórias... more Este artigo fala de uma coleção, de sua queima, do fogo que parcialmente a consumiu; das memórias que a circundam, das histórias silenciadas, das camadas não reveladas. Fala também de vestígios, marcas deixadas por homens e mulheres negros que viveram no estado de Alagoas e, com suas técnicas de feitura, construíram o sagrado, os afamados xangôs. Assim, propomos um breve relato sobre o assombro, a partir de alguns objetos da Coleção Perseverança, fruto do fatídico Quebra do Xangô de 1912.

Atas do 14º..., 2019
Na noite de 1º de fevereiro de 1912, um grupo de ex-milicianos, denominado Liga dos Republicanos ... more Na noite de 1º de fevereiro de 1912, um grupo de ex-milicianos, denominado Liga dos Republicanos Combatentes, sai em passeata na cidade de Maceió, capital do estado de Alagoas, invadindo todos os terreiros de matriz africana. A conhecida Operação Xangô, nome dado pela Liga, teria se formado a partir da argumentação de que o então governador, Euclides Malta, era assíduo frequentador nas Casas de Xangôs, nome popularmente dado aos terreiros de Alagoas e Pernambuco 2 e que administrava o Estado sob a proteção dos deuses africanos, que o mantinham no poder há mais de uma década. Inconformados com a possibilidade de uma nova reeleição de Malta, o grupo miliciano constrói um clima de terror em toda a capital, atacando funcionários e familiares do governo. Numa destas tentativas, o governador sai fugido, em um trem, para à cidade de Recife, deixando seu cargo para ser ocupado pelo presidente da câmara. Livre do infortúnio que acreditava ser Malta, a Liga segue seu plano e resolve atacar pais e mães de santo. Rafael afirma que na noite do quebra-quebra, muitos dos terreiros se preparavam para iniciar suas festividades, em homenagem à Oxum, que se prolongava há dez dias. E quando os atabaques anunciavam o toque, muitos religiosos receberem a turba de revoltados que, sem piedade, bateram, sangraram e destruíram pejis. A crueldade era tamanha que Tia Marcelina, negra da costa, fundadora do Xangô em Alagoas, acusada de ser mãe de santo de Malta, foi brutalmente espancada com um golpe de sabre e, com lágrimas em meio ao sangue que escorria da cabeça, clamava a seu orixá Xangô, "ê ô, Cabecinha!", vendo muitos dos seus pertences serem queimados na frente de sua casa: Diversos objetos sagrados, utensílios e adornos, vestes litúrgicas, instrumentos utilizados nos cultos, foram retirados dos locais em que se encontravam e lançados no meio da rua, onde se preparava uma grande fogueira. Naquela via pública, entre rosários e colares de
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