Papers by Ana Clara O . Alves
Revista de Psicologia Política, 2018
Gender ideology" has been the main argument for religious funda-
Books by Ana Clara O . Alves
Adolescência: psicoterapias e mediações terapêuticas na clínica dos extremos , 2020
Thesis Chapters by Ana Clara O . Alves

Entre a morte e o sonho: o trabalho do analista nos limites da analisabilidade, 2021
Este trabalho origina-se da minha experiência clínica no atendimento de casos limite. A partir de... more Este trabalho origina-se da minha experiência clínica no atendimento de casos limite. A partir de um caso clínico, aspira-se discutir a qualidade da transferência limite e suas implicações no trabalho psíquico do analista. Os limites da analisabilidade colocam em questão não só “o que” ou “quem” é analisado, mas também quem analisa e o método que o faz. Uma das principais questões que os casos limite trazem à tona é a evidência de um estranho familiar que, longe de ser novo, é algo com que a psicanálise está às voltas desde o início e o fim da obra freudiana: o alcance de sua terapêutica. São casos que mobilizam perguntas de base da prática analítica, de onde partimos, aonde queremos chegar, casos que inquietam os conceitos familiares.
Apoiada do pensamento de André Green, discutem-se os limites do analisável, em que o íntimo da transferência revela a loucura privada e a falência da estrutura enquadrante do sujeito. A loucura privada diferencia a transferência dos casos limite em relação à neurose e à psicose. Remete-se à loucura própria ao ser humano, às paixões. Sua matriz está na relação mãe-criança, o amor infantil desmesurado desse vínculo, eros primordial propulsor da gênese do psiquismo.
A metapsicologia proposta por Green oferece ferramentas para pensar o nascimento psíquico apoiado de outro psiquismo e as vicissitudes desta separação. Na dinâmica do encontro e separação do objeto primário, pode-se abrir, em última instância, a capacidade de sonhar, (re)encontrar outros objetos, sucedâneos, e poder desejar. Enquanto que a falência da possibilidade de se separar pode recair nas proximidades da morte, pela impossibilidade da constituição da ausência, em que a perda do objeto é confundida com a perda de si mesmo. O sujeito nem está acompanhado do objeto e nem pode soltá-lo. Nessa dinâmica, as paixões arcaicas dividem terreno com a destrutividade desligada, na repetição em ato além do princípio do prazer. Assim, o aprisionamento mortífero ao outro é vivido em uma alienação a um objeto decepcionante odiado e amado. Um ódio apaixonado e implacável que se divide na obstinação adesiva pelo amor fusional. Entre morte e sonho, o que pode haver?
Essa história esquecida e revelada nas entrelinhas transferenciais encontra seu modo de se falar na clínica com as condições criadas pelo enquadre, com ou sem variações. O analista poderá ser viva ou mortalmente tocado na contratransferência, pelo que está negativado no analisando. A plasticidade psíquica suscitada para escutar o outro envolve que as próprias fronteiras do analista possam se movimentar entre polaridades contraditórias para representar o que se passa na análise e sobreviver psiquicamente em uma clínica primada pela atuação.
Ao se deixar tocar pela loucura entre morrer ou sonhar, a analista se deixa criar pelo analisando e pela experiência com ele. Entre a morte e o sonho, nosso caminho de reflexão sugere a hipótese de que pode haver um caminho que se sustenta na sobrevivência do analista.Um trabalho atravessado por sentir, sobreviver e produzir reflexividade sobre a realidade psíquica do analisando. Nesse processo, o analista serve-se do enquadre interno e externo em suas maleabilidades e limites como matriz de possibilidade para analisar nos limites do analisável.
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Apoiada do pensamento de André Green, discutem-se os limites do analisável, em que o íntimo da transferência revela a loucura privada e a falência da estrutura enquadrante do sujeito. A loucura privada diferencia a transferência dos casos limite em relação à neurose e à psicose. Remete-se à loucura própria ao ser humano, às paixões. Sua matriz está na relação mãe-criança, o amor infantil desmesurado desse vínculo, eros primordial propulsor da gênese do psiquismo.
A metapsicologia proposta por Green oferece ferramentas para pensar o nascimento psíquico apoiado de outro psiquismo e as vicissitudes desta separação. Na dinâmica do encontro e separação do objeto primário, pode-se abrir, em última instância, a capacidade de sonhar, (re)encontrar outros objetos, sucedâneos, e poder desejar. Enquanto que a falência da possibilidade de se separar pode recair nas proximidades da morte, pela impossibilidade da constituição da ausência, em que a perda do objeto é confundida com a perda de si mesmo. O sujeito nem está acompanhado do objeto e nem pode soltá-lo. Nessa dinâmica, as paixões arcaicas dividem terreno com a destrutividade desligada, na repetição em ato além do princípio do prazer. Assim, o aprisionamento mortífero ao outro é vivido em uma alienação a um objeto decepcionante odiado e amado. Um ódio apaixonado e implacável que se divide na obstinação adesiva pelo amor fusional. Entre morte e sonho, o que pode haver?
Essa história esquecida e revelada nas entrelinhas transferenciais encontra seu modo de se falar na clínica com as condições criadas pelo enquadre, com ou sem variações. O analista poderá ser viva ou mortalmente tocado na contratransferência, pelo que está negativado no analisando. A plasticidade psíquica suscitada para escutar o outro envolve que as próprias fronteiras do analista possam se movimentar entre polaridades contraditórias para representar o que se passa na análise e sobreviver psiquicamente em uma clínica primada pela atuação.
Ao se deixar tocar pela loucura entre morrer ou sonhar, a analista se deixa criar pelo analisando e pela experiência com ele. Entre a morte e o sonho, nosso caminho de reflexão sugere a hipótese de que pode haver um caminho que se sustenta na sobrevivência do analista.Um trabalho atravessado por sentir, sobreviver e produzir reflexividade sobre a realidade psíquica do analisando. Nesse processo, o analista serve-se do enquadre interno e externo em suas maleabilidades e limites como matriz de possibilidade para analisar nos limites do analisável.
Apoiada do pensamento de André Green, discutem-se os limites do analisável, em que o íntimo da transferência revela a loucura privada e a falência da estrutura enquadrante do sujeito. A loucura privada diferencia a transferência dos casos limite em relação à neurose e à psicose. Remete-se à loucura própria ao ser humano, às paixões. Sua matriz está na relação mãe-criança, o amor infantil desmesurado desse vínculo, eros primordial propulsor da gênese do psiquismo.
A metapsicologia proposta por Green oferece ferramentas para pensar o nascimento psíquico apoiado de outro psiquismo e as vicissitudes desta separação. Na dinâmica do encontro e separação do objeto primário, pode-se abrir, em última instância, a capacidade de sonhar, (re)encontrar outros objetos, sucedâneos, e poder desejar. Enquanto que a falência da possibilidade de se separar pode recair nas proximidades da morte, pela impossibilidade da constituição da ausência, em que a perda do objeto é confundida com a perda de si mesmo. O sujeito nem está acompanhado do objeto e nem pode soltá-lo. Nessa dinâmica, as paixões arcaicas dividem terreno com a destrutividade desligada, na repetição em ato além do princípio do prazer. Assim, o aprisionamento mortífero ao outro é vivido em uma alienação a um objeto decepcionante odiado e amado. Um ódio apaixonado e implacável que se divide na obstinação adesiva pelo amor fusional. Entre morte e sonho, o que pode haver?
Essa história esquecida e revelada nas entrelinhas transferenciais encontra seu modo de se falar na clínica com as condições criadas pelo enquadre, com ou sem variações. O analista poderá ser viva ou mortalmente tocado na contratransferência, pelo que está negativado no analisando. A plasticidade psíquica suscitada para escutar o outro envolve que as próprias fronteiras do analista possam se movimentar entre polaridades contraditórias para representar o que se passa na análise e sobreviver psiquicamente em uma clínica primada pela atuação.
Ao se deixar tocar pela loucura entre morrer ou sonhar, a analista se deixa criar pelo analisando e pela experiência com ele. Entre a morte e o sonho, nosso caminho de reflexão sugere a hipótese de que pode haver um caminho que se sustenta na sobrevivência do analista.Um trabalho atravessado por sentir, sobreviver e produzir reflexividade sobre a realidade psíquica do analisando. Nesse processo, o analista serve-se do enquadre interno e externo em suas maleabilidades e limites como matriz de possibilidade para analisar nos limites do analisável.