Papers by Ana Isabel Buescu
Dykinson eBooks, Nov 16, 2022
Colóquio internacional: A "República das Letras" - Bibliotecas Viajantes, 2020

Historiador, geógrafo, autor de importante obra doutrinária, pedagógica e gramatical e alto funci... more Historiador, geógrafo, autor de importante obra doutrinária, pedagógica e gramatical e alto funcionário da coroa portuguesa no reinado de D. João III. Nascido provavelmente em Viseu, de família fidalga, ainda muito jovem entrou na corte régia onde, com outros moços-fidalgos, aprendeu latim, matemática e humanidades. A Crónica do Imperador Clarimundo (1522), romance de cavalaria que exalta as origens imaginárias da casa real portuguesa, oferecida a D. Manuel em 1520, assinala a sua estreia como escritor. Nela, o herói Fanimor profetiza em prosa de aspiração épica as futuras glórias dos reis de Portugal. O Clarimundo constitui sobretudo um "ensaio" de João de Barros, nascido dois anos antes da chegada de Vasco da Gama à Índia, para aquele que já então era, inegavelmente, o seu verdadeiro projecto: a narração dos feitos dos portugueses no Oriente. A Crónica agradou de tal forma a D. Manuel que o monarca quis encarregá-lo da escrita das "cousas das partes do Oriente", já que até então, apesar de querer celebrar os feitos portugueses, "nunca achara pessoa de que o confiasse" (Década I, Prólogo). A morte do rei veio interromper o projecto já que o novo soberano, D. João III, lhe concedeu, logo em 1522, o governo do Castelo da Mina, cargo que não terá chegado a exercer, embora talvez tenha viajado até S. Jorge. Em 1525 Barros foi investido nas funções de tesoureiro das Casas da Índia, Mina e Ceuta, que exerceu até 1528, e em 1533 foi nomeado feitor da Casa da Índia, cargo de maior relevo e rendimento, que desempenhou durante cerca de

No quadro das dinâmicas culturais no seculo XVI, era na corte regia e nos circulos da aristocraci... more No quadro das dinâmicas culturais no seculo XVI, era na corte regia e nos circulos da aristocracia que a inovacao cultural e as ligacoes, nomeadamente ao mundo do humanismo italiano e a Flandres nas suas diferentes manifestacoes culturais e artisticas, ocorriam em Portugal de forma mais nitida, sobretudo, em Braganca. A distincao da cultura atraves do livro fazia o seu caminho nos circulos aristocraticos, como na livraria do duque de Braganca, ao tempo do seu 5o representante, D. Teodosio, filho do duque D. Jaime († 1532) e de D. Leonor de Mendoza (Medina Sidonia) (†1512), principal foco dos estudos ora apresentados. Antes de focarmos a nossa atencao no objecto central deste texto, sera necessario avaliar a dimensao da livraria ducal em perspectiva comparada, a sua posicao relativa perante os restantes bens inventariados por morte do duque, e finalmente apresentar, em visao panorâmica, os conteudos da livraria no seu conjunto.
Livro do Coloquio realizado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 19 de Novembro de ... more Livro do Coloquio realizado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 19 de Novembro de 2010
Revista de História das Ideias

Revista de História da Sociedade e da Cultura, 2013
A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitali... more A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso.

Revista de História da Sociedade e da Cultura, 2010
no Verão de 1540, D. Miguel da Silva (c. 1480-1556), escrivão da puridade de D. João III e bispo ... more no Verão de 1540, D. Miguel da Silva (c. 1480-1556), escrivão da puridade de D. João III e bispo de Viseu, abandonou a cidade de Viseu, fugindo para Itália, de onde nunca regressou e onde veio a morrer em 1556. A versão fixada pela cronística e veiculada, quase ne varietur, pela historiografia, é de que a causa do ódio que D. João III veio a conceber por D. Miguel da Silva, a fuga deste para Itália e a perseguição que o monarca lhe moveu até à sua morte em Roma teria sido, em exclusivo e numa relação causal, a ascensão ao cardinalato, em 1539, à revelia da autoridade régia. Em nosso entender, este acontecimento deverá, antes, ser visto no âmbito de um conjunto complexo de razões em que o cardinalato tem, é certo, um papel de destaque, mas não exclusivo. Revisitar-se-á, pois, esta excepcional figura para avaliar e compreender, a uma nova luz, um dos mais perturbadores momentos do reinado de D. João III, que teve como protagonista D. Miguel da Silva, bispo de Viseu. In the summer of 1540, D. Miguel da Silva (c. 1480-1556), secretary of king D. João III and bishop of Viseu, fled from the city of Viseu to Italy, where he remained for the rest of his life until he died in 1556. According to the chronicles and as narrated almost ne varietur by historiography, the cause of the hatred that king D. João III nurtured against D. Miguel da Silva, his escape to Italy and his persecution by the monarch until the year of his death in Rome was believed to have been, exclusively, his rise to Cardinal in 1539, against the King's will. It is our understanding that this event must rather be seen from the perspective of a complex set of motives, in which the cardinalate certainly plays an important, albeit not exclusive, part. Consequently, we will be revisiting this exceptional personality to attempt an assessment and understanding from a new perspective of one of the most disturbing episodes in the reign of D. João III, with D. Miguel da Silva, the Bishop of Viseu as its leading actor.
RESUMEN: Antonio de Guevara (1480?-1545), es una figura singular de la cultura ibérica del siglo ... more RESUMEN: Antonio de Guevara (1480?-1545), es una figura singular de la cultura ibérica del siglo XVI. La proximidad al emperador Carlos V marcará su trayectoria personal y su producción literaria. La publicación, en 1528, del Libro Aureo de Marco Aurelio, dará cominezo a una carrera literaria que hará de Guevara uno de los autores más leidos y apreciados de la Europa del siglo XVI. Procurando inscribir su carrera vital en la coyuntura histórica de la España de su tiempo, este texto analiza l trayectoria y fortuna del Relox de Príncipes, publicado en 1529, y su irradiación ibérica y europea, con especial incidencia para el caso portugués.
Este artigo tem como objectivo sistematizar algumas refl exões sobre a santidade no século XVI, n... more Este artigo tem como objectivo sistematizar algumas refl exões sobre a santidade no século XVI, num contexto social preciso, que é o da corte de D. João III e de D. Catarina. Procurando evidenciar como a santidade tem sido objecto de estudo pela historiografi a, dá-se relevo a alguns aspectos particulares, na sua estreita relação com o mundo cortesão: os santos e os nomes, a iconografi a régia, o mundo das relíquias que, além de "pedaços de santidade" eram também, em termos sociais, e aqui dinásticos, objecto de distinção. Tudo isto num mundo que, na sua visão do cosmos, das coisas e dos homens, se dividia ainda, em signifi cativa medida, entre o sagrado e o profano .

Figura ímpar do Renascimento português, humanista, historiador e epistológrafo, viajante, diploma... more Figura ímpar do Renascimento português, humanista, historiador e epistológrafo, viajante, diplomata e alto funcionário régio. Nasceu em Alenquer, filho de Rui Dias de Góis, fidalgo que servira o pai de D. Manuel, e de Isabel Gomes de Limi, descendente de comerciantes flamengos estabelecidos em Portugal. Entrou em 1511 como pajem de lança ao serviço no paço, onde cedo ganhou a amizade do jovem príncipe herdeiro, D. João (n. 1502). Órfão de pai em 1513, em 1518 recebia moradia como moço de câmara de D. Manuel. Morto este em Dezembro de 1521, o novo monarca, D. João III, enviou-o logo em 1523 para ocupar o lugar de secretário da feitoria de Antuérpia, quando Rui Fernandes de Almada foi nomeado seu feitor. Entre 1523 e 1545, data do seu regresso definitivo a Portugal, e com excepção de uma breve estadia em1533, Damião de Góis viveu fora do reino, cumprindo um destino que o fez ser, como diria muitos anos mais tarde, peregrino em muitas terras, adquirindo uma experiência de vida cosmopolita e multiforme. Nessa Europa da fervilhação intelectual e humana e da diversidade, agora também religiosa, Góis desempenhou missões de carácter comercial e diplomático ao serviço da coroa e do rei, de Antuérpia a Dantzig, de Upsala a Lovaina, de Paris a Vilnius, de Estrasburgo a Cracóvia. Em 1529 estava na Polónia, onde D. João III o enviou para tentar o casamento do infante D. Luís com a filha do rei polaco Sigismundo I. Em 1531, depois de uma missão na corte da Dinamarca, de novo a caminho da Polónia, Damião de Góis passou por Wittemberg, onde conheceu Lutero e Melanchton. Em 1533 regressou ao reino a pedido de D. João III. O regresso a Portugal do cosmopolita e já prestigiado Damião de Góis tinha uma razão concreta: D. João III chamava-o para tesoureiro da Casa da Índia, numa escolha que tinha em conta a experiência de Góis na feitoria da Flandres, os conhecimentos e o horizonte largo de quem aconselhava o rei em assuntos de carácter económico, encomendava crónicas, tapeçarias e iluminuras para reis e infantes, privava com artistas e eruditos. Góis não aceitou, no entanto, o convite régio, cessando então também o cargo na feitoria da Flandres.
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