Papers by Gabriel Amato
Palgrave studies in oral history, 2023
História Oral, 2021
Este texto compõe-se de uma apresentação de entrevista pública realizada com frei Oswaldo Rezende... more Este texto compõe-se de uma apresentação de entrevista pública realizada com frei Oswaldo Rezende pelo Núcleo de História Oral do Laboratório de História do Tempo Presente da UFMG (NHO/LHTP), em 13 de dezembro de 2018, seguida de uma transcrição editada. Frei Oswaldo ordenou-se frade dominicano na década de 1960, quando também estudou Filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e atuou em atividades de planejamento da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de luta armada. No dia do cinquentenário do AI-5, em contexto de retorno da extrema-direita ao poder e diante de uma plateia universitária, Oswaldo narrou suas lembranças do entorno de 1968, assumindo a tarefa com um senso de “dever” de memória para com as gerações mais jovens.
Resenha do livro: SANTHIAGO, Ricardo (Org.). Historia oral e arte: narracao e criatividade. Sao P... more Resenha do livro: SANTHIAGO, Ricardo (Org.). Historia oral e arte: narracao e criatividade. Sao Paulo: Letra e Voz, 2016. 186 p.
Partindo da representação do intelectual e jurista Raymundo Faoro como um dos principais personag... more Partindo da representação do intelectual e jurista Raymundo Faoro como um dos principais personagens da resistência democrática à ditadura militar brasileira, o presente artigo intenciona problematizá-la por meio da análise tanto do pensamento político de Faoro como das apropriações da segunda edição de sua obra canônica – Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro, lançada em 1975. Os objetivos da análise são reexaminar a trajetória política de Faoro naquele contexto e nuançar o campo das oposições ao regime militar em meados dos anos 1970, tendo em vista que a frente heterogênea de resistência à ditadura se apropriou de formas distintas das teses do jurista. Além da segunda edição de Os donos do poder, as fontes analisadas são um conjunto de resenhas, comentários e entrevistas publicados na revista Veja e no semanário Opinião entre 1975 e 1976.
Books by Gabriel Amato

A ditadura na tela: o cinema documentário e as memórias do regime militar brasileiro, 2018
"A ditadura na tela: o cinema documentário e as memórias do regime militar brasileiro" é o result... more "A ditadura na tela: o cinema documentário e as memórias do regime militar brasileiro" é o resultado de sete edições da mostra de mesmo nome, realizada a partir de uma parceria entre o Núcleo de História Oral da UFMG e o Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte entre 2014 e 2018. Na coletânea, 12 autoras e autores fazem reflexões sobre as formas específicas que os documentários ganham ao apresentar na tela lembranças sobre como foi viver a ditadura. Temas tão diversos como censura, teatro, futebol, movimento estudantil, sindicalismo, sexualidade, tortura, feminismo, repressão e música são abordados ao longo da publicação, chamando a atenção para o caráter polifônico da produção documentária sobre o período. A expectativa é a de que a publicação interesse a quem, independente da agenda particular de pesquisas, busque pensar as relações entre cinema documentário e História, os usos do passado no presente, a história social das memórias e a historiografia da ditadura militar brasileira.
Thesis Chapters by Gabriel Amato

Esta tese possui como tema o repertório de políticas da ditadura militar brasileira direcionado à... more Esta tese possui como tema o repertório de políticas da ditadura militar brasileira direcionado à juventude, estruturado entre 1967-68 e composto pelo Projeto Rondon, pela Operação Mauá e pela criação de diretórios juvenis dos partidos políticos (a Aliança Renovadora Nacional – Arena e o Movimento Democrático Brasileiro – MDB). A partir do diálogo epistemológico entre a história política e a corrente interpretativa da Antropologia, estudo a cultura (em sentido antropológico) dessas políticas do regime. Meu enfoque, nesse sentido, concentra-se na análise dos códigos e das normas culturais que sustentavam tanto esses programas ditatoriais direcionados ao grupo etário jovem quanto os comportamentos políticos – de jovens e não jovens – que ocorriam nos espaços delimitados por essas políticas estatais. Argumento que a cultura se constituía como um elemento central para os comportamentos de aproximação e conflito com o regime, configurando, assim, complexas interseções entre juventudes e ditadura durante as décadas de 1960 e 70. Nesse sentido, analiso um amplo conjunto de fontes históricas em diferentes tipologias (jornalísticas, oficiais, imagéticas, policiais etc.) como dados de cultura para, assim, interpretar os “pontos de vistas nativos” sobre esses programas. O trabalho está dividido em três partes, todas com dois capítulos cada. Na primeira, analiso o contexto de emergência transnacional da juventude como sujeito político disruptivo em fins da década de 1960, bem como a estruturação das políticas estatais voltadas à juventude que, no Brasil ditatorial, deu-se como resposta ao reconhecimento da juventude como condição, por si só, habilitada às disputas pelo poder. Na segunda parte, a ação política juvenil nesses programas criados pelo regime é analisada tendo em vista tanto as dimensões “prescritas” quanto as “performativas” de uma categoria cultural de comportamento político gestada nesse contexto: a de participação, que buscava se configurar como uma alternativa ao engajamento jovem de esquerda. Por fim, na terceira parte, analiso a própria juventude como uma categoria cultural elaborada e reelaborada no contexto da ditadura brasileira, primeiro a partir da reflexão sobre as tentativas de estabelecer fronteiras precisas para a condição juvenil no âmbito dos programas estatais e, depois, da análise dos marcadores de gênero e classe que emergiriam na vivência da juventude que se integrava a essas políticas. Concluo, assim, que a constatação de que “somos um país de jovens” gerou ações estatais voltadas à juventude que guardavam especificidades culturais e políticas associadas ao contexto do Brasil ditatorial.

Esta dissertação tem como tema o programa de extensão universitária Projeto Rondon desde a sua cr... more Esta dissertação tem como tema o programa de extensão universitária Projeto Rondon desde a sua criação pela ditadura militar, em 1967, até o fim do governo do general João Baptista Figueiredo, em 1985. Argumenta-se que os sujeitos envolvidos em suas operações (estudantes universitários, professores, militares, técnicos) constituíam suas práticas junto ao programa de extensão por meio de um imaginário nacionalista. O interior do país era, neste sentido, entendido ao mesmo tempo como fonte de brasilidade e como um espaço “vazio” de nacionalidade que deveria ser “conquistado” pelos universitários. Esse imaginário comportava uma faceta anticomunista para vários sujeitos ligados ao regime, tendo em vista que, principalmente entre 1967 e 1979, eles esperavam que a “aula prática de Brasil” proporcionada pelo Rondon afastaria os estudantes das movimentações políticas contrárias ao regime militar, logo rotuladas de “comunistas”. Do ponto de vista das relações entre a ditadura militar e os estudantes universitários, esta dissertação opera um duplo questionamento: da memória social construída desde 1979, defensora da tese do estudante como um oposicionista “nato” da ditadura, e de parte da historiografia mais recente sobre o tema, que vê no apoio de certos grupos sociais ao autoritarismo um “consenso” em torno do regime militar. Defende-se, ao contrário, a existência de uma dinâmica social do regime político instaurado em 1964 que comportava uma diversidade de comportamentos adotados pelos universitários ao longo do tempo, tais como a adesão, a apatia, a resistência e a acomodação.
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