Papers by Carolina Prestes

Escola Superior de Propaganda e Marketing, Aug 20, 2018
Este trabalho encontra-se imbricado no campo da comunicação e do consumo. Identifica, dentro das ... more Este trabalho encontra-se imbricado no campo da comunicação e do consumo. Identifica, dentro das dinâmicas do consumo, a expressiva cultura das celebridades, sua profunda simbiose com regimes de visibilidade midiática e ocupa-se de esmiuçar o processo de celebrização da mini-celebridade brasileira Rafaella Justus, a fim de compreender as complexidades que habitam o encontro entre infância, consumo e celebridades. Rafaella é filha da apresentadora de televisão Ticiane Pinheiro, e do empresário e apresentador Roberto Justus; a menina, hoje com nove anos, teve o seu rosto, o seu corpo e sua personalidade tornados públicos, desde a mais tenra idade, com a mediação de textos e imagens midiáticas. Nota-se, neste caso eleito como emblemático, um relevante circuito de celebrização na infância, que evoca discussões importantes tais como a garantia de direitos das crianças, quando celebrizadas, e a construção de subjetividades infantis, quando se cresce sob os holofotes. Buscou-se, neste trabalho, compreender as raízes históricas que permitiram à criança ocupar lugares sociais tal qual o de consumidora e o de objeto de consumo (sobretudo quando celebrizada) e, por meio do processo de celebrização de Rafaella, verificar como a cultura midiática pode ecoar nas vivências e experiências infantis, tanto da criança célebre, quanto das que são dela receptoras. A análise realizada ancorou-se na ampla rede de visibilidade midiática da qual Rafaella Justus participa, nem sempre em condição de protagonismo. Para tanto, construiu-se um corpus proveniente de diversos veículos de entretenimento, além de imagens derivadas das redes pessoais de familiares de Rafaella e vídeos do Youtube com conteúdo sobre suas festas. Optou-se por um recorte analítico que se concentrou, prioritariamente, nas imagens das festas de Rafaella por acreditar-se ser, esta, uma arena de intersecção fundamental entre a figura da criança celebridade e da criança consumidora, categorias reflexivas exploradas na pesquisa. As festas de Rafaella, tal qual construídas, remetem a cenários montados, vendáveis e imbuídos de temas que alimentam o universo simbólico do consumo. Sua análise permite identificar aspectos fundantes do processo de celebrização da menina, a saber: as relações sociais que se estabelecem em torno dela, os temas escolhidos para as suas festas, a moda e o lugar que ela ocupa dentro da cena midiática. Auxiliaram na análise das imagens autores que tratam sobre as infâncias, os processos de celebrização, os regimes de gosto e de visibilidade e a análise da imagem. Notou-se, por fim, complexidades relevantes no cruzamento entre infância, consumo e celebridades, que tocam o direito à privacidade, à proteção em relação ao trabalho infantil, à construção de subjetividade, à autenticidade e ao protagonismo da criança.

Infância, celebrização e consumo: o caso da mini-celebridade brasileira Rafaella Justus, 2018
Este trabalho encontra-se imbricado no campo da comunicação e do consumo. Identifica, dentro das ... more Este trabalho encontra-se imbricado no campo da comunicação e do consumo. Identifica, dentro das dinâmicas do consumo, a expressiva cultura das celebridades, sua profunda simbiose com regimes de visibilidade midiática e ocupa-se de esmiuçar o processo de celebrização da mini-celebridade brasileira Rafaella Justus, a fim de compreender as complexidades que habitam o encontro entre infância, consumo e celebridades. Rafaella é filha da apresentadora de televisão Ticiane Pinheiro, e do empresário e apresentador Roberto Justus; a menina, hoje com nove anos, teve o seu rosto, o seu corpo e sua personalidade tornados públicos, desde a mais tenra idade, com a mediação de textos e imagens midiáticas. Nota-se, neste caso eleito como emblemático, um relevante circuito de celebrização na infância, que evoca discussões importantes tais como a garantia de direitos das crianças, quando celebrizadas, e a construção de subjetividades infantis, quando se cresce sob os holofotes. Buscou-se, neste trabalho, compreender as raízes históricas que permitiram à criança ocupar lugares sociais tal qual o de consumidora e o de objeto de consumo (sobretudo quando celebrizada) e, por meio do processo de celebrização de Rafaella, verificar como a cultura midiática pode ecoar nas vivências e experiências infantis, tanto da criança célebre, quanto das que são dela receptoras. A análise realizada ancorou-se na ampla rede de visibilidade midiática da qual Rafaella Justus participa, nem sempre em condição de protagonismo. Para tanto, construiu-se um corpus proveniente de diversos veículos de entretenimento, além de imagens derivadas das redes pessoais de familiares de Rafaella e vídeos do Youtube com conteúdo sobre suas festas. Optou-se por um recorte analítico que se concentrou, prioritariamente, nas imagens das festas de Rafaella por acreditar-se ser, esta, uma arena de intersecção fundamental entre a figura da criança celebridade e da criança consumidora, categorias reflexivas exploradas na pesquisa. As festas de Rafaella, tal qual construídas, remetem a cenários montados, vendáveis e imbuídos de temas que alimentam o universo simbólico do consumo. Sua análise permite identificar aspectos fundantes do processo de celebrização da menina, a saber: as relações sociais que se estabelecem em torno dela, os temas escolhidos para as suas festas, a moda e o lugar que ela ocupa dentro da cena midiática. Auxiliaram na análise das imagens autores que tratam sobre as infâncias, os processos de celebrização, os regimes de gosto e de visibilidade e a análise da imagem. Notou-se, por fim, complexidades relevantes no cruzamento entre infância, consumo e celebridades, que tocam o direito à privacidade, à proteção em relação ao trabalho infantil, à construção de subjetividade, à autenticidade e ao protagonismo da criança.
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