Papers by Renato Trevizano dos Santos
Anais: VIII Jornada Discente PPGMPA ECA-USP, 19 a 21 de setembro de 2023, 2024
A partir do filme Elefante (2003, Gus Van Sant), o trabalho interroga a emergência do trauma no c... more A partir do filme Elefante (2003, Gus Van Sant), o trabalho interroga a emergência do trauma no cinema queer contemporâneo, tratado com estética realista fantasmagórica. Incluído na Quadrilogia da morte, ao lado de Gerry (2002), Last Days (2005) e Paranoid Park (2007), o filme é parte de uma virada formal na carreira de Gus Van Sant, com influência assumida de Sátántangó (1994, Béla Tarr), a reverberar e marcar uma tendência estética relevante do cinema contemporâneo.

Anais V Desfazendo Gênero, 2021
O trabalho analisa duas obras do cineasta Tsai Ming-liang: o filme The Hole (1998) e o experiment... more O trabalho analisa duas obras do cineasta Tsai Ming-liang: o filme The Hole (1998) e o experimento em realidade virtual The Deserted (2017). Observaremos como os corpos queer circulam nessas obras, tanto os dos atores quanto os dos espectadores, todos ressaltados em sua fisicalidade. The Hole aborda duas personagens isoladas durante uma pandemia fictícia em Taipei, capital de Taiwan, na virada para o terceiro milênio. Conhecida como "febre de Taiwan", a doença causa nos infectados um comportamento semelhante ao de baratas, fazendo-os se arrastarem pelo chão em busca de lugares escuros e úmidos. Nesse cenário distópico, nascem fantasias entre dois vizinhos de apartamento, um comentário irônico, mas também um vislumbre de afeto em meio à crise. Em The Deserted, somos inseridos no espaço em 360° a acompanhar a rotina de Hsiao-kang, protagonista de todos os longas-metragens de Tsai, em uma casa degradada em meio à natureza, onde memórias se materializam como fantasmas de corpo sensível. Há várias estratégias de intensificação sensorial junto ao espectador, como a presença de gotas de chuva, água de banheira, cheiro de alimento cozinhando, paredes mofadas etc., que nos permitem habitar provisoriamente o local. As duas obras, ao trabalharem a contemplação e a fisicalidade de corpos e espaços, oferecem insights interessantes a respeito do cinema queer contemporâneo. Como aporte bibliográfico, recorremos a artigos sobre Tsai e entrevistas com o diretor.
Em primeiro lugar, às ancestrais, sem as quais não seríamos.
Redes Digitais e Culturas Ativistas 1

Rebeca - Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual
Em uma conversa com o cantor, compositor e performer Getúlio Abelha, realizada virtualmente em ag... more Em uma conversa com o cantor, compositor e performer Getúlio Abelha, realizada virtualmente em agosto de 2020, refletimos sobre videoclipes cuir contemporâneos, tanto os de Getúlio, como Laricado, Tamanco de Fogo, Aquenda, Vá se Lascar e Sinal Fechado, quanto de outras artistas LGBTQs, incluindo Ventura Profana, Linn da Quebrada e Leona Vingativa. Estabelecemos ainda algumas relações com outros períodos e obras, como do Cinema Marginal e do underground norteamericano, com destaque para a figura de Divine nos filmes de John Waters. Além dessas produções audiovisuais, recorremos a alguns teóricos de referência para refletirmos sobre questões cuir, como Judith Butler, e a artigos contemporâneos sobre videoclipes, como “Vogue bike: cabra fêmea e outros horizontes subversivos nas paisagens do forró nordestino – a emergência de estéticas baitolas pelo artivismo” (Ribamar José de Oliveira Júnior e Leonardo Lemos Zaiatz, 2018), “Novas imagens da pomgabira na cultura pop: mitos, símbolos e e...

Resumo: O presente artigo parte das noções de filme-ensaio e de cinema queer para investigar o po... more Resumo: O presente artigo parte das noções de filme-ensaio e de cinema queer para investigar o ponto de intersecção entre esses conceitos em dois filmes específicos: Locações na Palestina para o Evangelho segundo São Mateus (Sopralluoghi in Palestina per il Vangelo secondo Matteo, 1963, Pier Paolo Pasolini) e O Jardim (The Garden, 1990, Derek Jarman). Ambos tratam de ressignificações do mito cristão, cada um lidando com as discussões estéticas e políticas de seus respectivos contextos históricos. No caso de Pasolini, mapeia-se um período de intensas transformações culturais na Itália dos anos 1960, a que ele se refere como uma "mutação antropológica"; podemos buscar, na forma fílmica utilizada em Locações na Palestina, relações com o cinema-verdade, havendo a intervenção assumida do cineasta no mundo filmado, de corpo presente; sua obra se situa, de modo geral, no escopo do cinema moderno europeu, com heranças do neorrealismo italiano e algumas transformações em relação a ele. No caso de Derek Jarman, devemos considerar o contexto de disseminação do vírus HIV, especialmente a crise que dizimou grande parte da comunidade LGBTQ entre as décadas de 1980 e 1990, o que repercute sensivelmente na obra do cineasta. O Jardim trata explicitamente das vítimas silenciosas da aids, em relação direta com o martírio de Cristo, que ciclicamente volta à imagem, em reinvenções de passagens bíblicas, reproduções de quadros, filmagens do próprio cineasta etc., compondo uma matéria heterogênea e fragmentada que tem muito que ver com a estética pós-moderna e apropriadamente queer, instável, de passagem. Como aporte bibliográfico, além de livros e artigos sobre ensaio fílmico, cinema queer, Pasolini e Jarman, recorreremos a textos filosóficos para embasar discussões acerca de gênero, sexualidade, profanação e sobrevivência, de autores como Michel Foucault (História da sexualidade), Georges Bataille (O erotismo), Eve K. Sedgwick (Epistemologia do armário), Giorgio Agamben (Profanações), Georges Didi-Huberman (Sobrevivência dos vaga-lumes), entre outros.
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