Papers by Inês Santos Moura
Revista Discursos Fotográficos, 2021
A pesquisa de doutoramento em desenvolvimento centra-se no contexto habitacional da ilha Bairro H... more A pesquisa de doutoramento em desenvolvimento centra-se no contexto habitacional da ilha Bairro Herculano localizada na cidade do Porto (Portugal). O propósito é o de refletir sobre as metodologias audiovisuais, tal como o vídeo participativo e a foto elicitação, como formas de estratégia de pesquisa e análise do espaço social de residência, as condições de habitação desta comunidade e as formas de participação e emancipação que estas podem desencadear.
Revelar: Revista de Estudos da Fotografia e Imagem, 2019
Ludic, Co-design and Tools Supporting Smart Learning Ecosystems and Smart Education

Revista REVELAR, 2019
O presente artigo propõe uma reflexão sobre a utilização do método de foto elicitação (photo elic... more O presente artigo propõe uma reflexão sobre a utilização do método de foto elicitação (photo elicitation) para a construção de uma memória coletiva sobre a ilha Bairro Herculano (Porto), no contexto de um projeto de investigação de doutoramento em curso, que pretende analisar e refletir sobre as potencialidades das tecnologias digitais no fomento das relações de proximidade e da participação cidadã. Na presente investigação, procura-se através da recolha de fotografias representativas da vida do e no Bairro Herculano, realizar entrevistas, no sentido de analisar as dimensões sociais e documentais de cada imagem, que auxiliem a revelar a história, identidade, arquitetura do espaço em análise e das dinâmicas de socialização entre os seus moradores. Deste modo, pretende-se traçar uma história do passado, do presente e do possível futuro daquele lugar e dos seus habitantes.
Na prática da foto elicitação podem ser consideradas duas abordagens: uma baseia-se na seleção de fotografias escolhidas pelo/a investigador/a e que são apresentadas aos entrevistados, a outra apoia-se nas fotografias captadas pelos/as entrevistados/as (Vannini, Rega, Sala & Cantoni, 2015). Neste caso, a abordagem adotada para a prática da foto elicitação implica o envolvimento dos moradores/entrevistados na seleção de fotografias pertencentes ao seu arquivo fotográfico pessoal, assim desenvolvendo-se conversas entre a investigadora e a entrevistada/o em torno dessas fotografias.
A foto elicitação tem como base as fotografias dos arquivos pessoais de um grupo de moradoras do Bairro Herculano. Neste artigo, já é possível apresentar dois exemplos de foto elicitação que foram concretizados no âmbito deste estudo. A utilização deste método de trabalho tem-se revelado fundamental na recolha de histórias e memórias sobre a realidade habitacional e social do Bairro Herculano.

O projeto de investigação “Olhares Sonhadores” teve como principal finalidade desenvolver um trab... more O projeto de investigação “Olhares Sonhadores” teve como principal finalidade desenvolver um trabalho artístico audiovisual de coautoria e colaboração com um grupo de crianças do bairro e da escola EB1/JI de São Tomé, com vista à realização de um Webdocumentário. Nesse sentido, promoveram-se atividades para as crianças experimentarem as potencialidades e os funcionamentos deste conjunto de linguagens de expressão. Pretendeu-se também dar a conhecer a tecnologia e a literacia hipermédia como uma forma de reflexão sobre si próprios e de intervenção no tecido da comunidade onde se atua. O propósito do projeto foi também a criação de um Webdocumentário, com o intuito de revelar a vida de um grupo de crianças do bairro e da escola de São Tomé, a forma como se relacionam com o seu contexto de proximidade e como este interage com a sua visão do mundo. Desta forma, tencionou-se dar-lhes visibilidade e “voz”, uma vez que geralmente são considerados objetos de representação e não “sujeitos” ou “atores” da representação. Pretendeu assim colocar um grupo de crianças do bairro de São Tomé em contacto direto com a expressão artística, neste caso, com a arte audiovisual. O presente artigo revela a metodologia adotada ao longo do processo de trabalho, a estrutura do Webdocumentário, reflete sobre as competências trabalhadas nas sessões artísticas e sobre as potencialidades criativas, expressivas e autorrepresentativas da linguagem audiovisual.

A atividade de Photovoice foi desenvolvida no âmbito do projeto de investigação de mestrado “Olha... more A atividade de Photovoice foi desenvolvida no âmbito do projeto de investigação de mestrado “Olhares Sonhadores”, que teve como propósito a criação de um Webdocumentário em colaboração com as crianças da escola básica de São Tomé (Paranhos-Porto). O objetivo foi desafiar o grupo de crianças a contar e a representar a sua vida, a do bairro e da escola, narrando a forma como se relacionam com o seu contexto de proximidade e como constroem a sua visão do mundo. O grupo participante teve a oportunidade de criar fotografias documentais sobre o seu próprio lugar de habitação e/ou convívio. Através do exercício de Photovoice as crianças puderam registar fotograficamente e construir assim uma representação visual dos seus locais favoritos para brincadeiras ou outro tipo de atividades, como também captar outros elementos e ambiências que entendessem como relevantes do bairro de São Tomé. Após este registo visual, o grupo reuniu-se para conversar, debater e refletir sobre os vários aspetos presentes no material fotográfico. Com a técnica de Photovoice, o grupo de crianças teve acesso a uma nova linguagem e forma de expressão, podendo explorar novas formas de comunicação e, simultaneamente, estimular a sensibilidade, a criatividade e a formação do “olhar” crítico e artístico.

A presente investigação tem como objetivo desafiar práticas de uso criativo e responsável das nov... more A presente investigação tem como objetivo desafiar práticas de uso criativo e responsável das novas tecnologias da comunicação na Escola Básica do Bairro de S. Tomé (Paranhos-Porto). Nesse sentido, promovem-se atividades para consciencializar as crianças das potencialidades e dos funcionamentos
deste conjunto de linguagens de expressão, partilha e aprendizagem.
Pretende-se também dar a conhecer a tecnologia e a literacia hipermédia como uma forma de reflexão sobre si próprios e de intervenção no tecido da comunidade onde atua. Através de uma oficina de Fotografia e Cinema de Animação, seis crianças do 2.º ano da EB /JI de S. Tomé puderam compreender a evolução do Cinema de Animação e da Fotografia, utilizar e experimentar diversos equipamentos audiovisuais e, por fim, criar um filme em conjunto.
O presente artigo reflete sobre as competências desenvolvidas por parte das crianças e sobre outros possíveis resultados que uma oficina deste tipo pode proporcionar
Conference Presentations by Inês Santos Moura

Encontros de Fotografia/FLUP, 2019
O presente artigo propõe uma reflexão sobre a utilização do método de photo elicitation para a co... more O presente artigo propõe uma reflexão sobre a utilização do método de photo elicitation para a construção de uma memória coletiva sobre a ilha Bairro Herculano (Porto), no contexto de um projeto de investigação de doutoramento em desenvolvimento, que pretende analisar e refletir sobre as potencialidades das tecnologias digitais no fomento das relações de proximidade e da participação cidadã.
Na presente investigação procura-se, através da recolha de fotografias representativas da vida do e no Bairro Herculano, realizar entrevistas, no sentido de analisar as dimensões sociais e documentais de cada imagem, que auxiliem a revelar a história, identidade, arquitetura do espaço em análise e das dinâmicas de socialização entre os seus moradores. Deste modo, pretende-se traçar uma história do passado, do presente e do possível futuro daquele lugar e dos seus habitantes.
Na prática da photo elicitation poderão ser consideradas duas abordagens, uma delas baseia-se na seleção de fotografias escolhidas pelo/a investigador/a e que são apresentadas aos entrevistados, a outra apoia-se nas fotografias captadas pelos/as entrevistados/as (Vannini, Rega, Sala, & Cantoni, 2015).
Na presente investigação, a abordagem adotada para a prática da photo elicitation implica o envolvimento dos moradores/entrevistados na seleção de fotografias pertencentes ao seu arquivo fotográfico pessoal, assim, desenvolvendo-se conversas entre a investigadora e a entrevistada/o sobre essas fotografias.
A photo elicitation tem como base as fotografias dos arquivos pessoais de um grupo de moradoras do Bairro Herculano. Neste artigo, já é possível revelar dois exemplos de photo elicitation que foram concretizados no âmbito deste estudo. A utilização deste método de trabalho tem-se revelado fundamental na recolha de histórias e memórias sobre a realidade habitacional e social do Bairro Herculano.

COMUNICACIONES XXVVII JORNADAS UNIVERSITARIAS DE TECNOLOGÍA EDUCATIVA 2019 ACTIVISMO Y TECNOLOGÍA: HACIA UNA UNIVERSIDAD COMPROMETIDA CON LA EDUCACIÓN CRÍTICA Y EMANCIPADORA UNIVERSIDAD DE CANTABRIA EDIFICIO INTERFACULTATIVO 26 -28 DE JUNIO, 2019
Offenhuber (2015) reveals that there are different levels and modes of civic engagement across di... more Offenhuber (2015) reveals that there are different levels and modes of civic engagement across digital platforms – “The Ladder of Civic Technology”. Offenhuber (2015) identifies five modes of participation: "Gamification" or "nudging; "Participation as feedback"; "Participation as monitoring”; "Participation as co-production” and "Participation as self-organization". For the present PhD research project, it will be used the "Participation as co-production" mode, this way of participation will allow the creation of a digital platform developed in collaboration with a group of residents of the Herculano neighbourhood (Porto-Portugal) and it will allow to identify the possibility of local inhabitants to use appropriate multimedia resources to document collective memories of the place and to present possible proposals related to their housing reality.

O presente projeto de investigação pretende analisar e refletir sobre as potencialidades das tecn... more O presente projeto de investigação pretende analisar e refletir sobre as potencialidades das tecnologias digitais no fomento da participação cidadã em contextos online e offline, integrando esta perspetiva teórico-prática no contexto urbano da ilha Bairro Alexandre Herculano na cidade do Porto. Para isso, serão investigadas aquelas experiências que podem alinhavar uma metodologia focada no desenvolvimento colaborativo de instrumentos de informação e comunicação digital, e da respetiva apropriação da tecnologia multimédia, como formas de potenciar e divulgar uma maior consciência crítica sobre as condições habitacionais na ilha Bairro Alexandre Herculano. Nesse sentido, o vídeo participativo será uma metodologia de trabalho a ser utilizada no desenvolvimento do projeto colaborativo de investigação com alguns dos moradores do Bairro Alexandre Herculano. Na perspetiva de identificar e expor, também, quais as possíveis mudanças que o grupo gostaria de ver concretizadas no seu espaço habitacional.
O Vídeo Participativo é uma metodologia de trabalho que visa fomentar uma aprendizagem e desenvolver uma mudança social no interior de comunidades que vivem em situações de pobreza ou de marginalização, através da criação e exibição dos seus próprios filmes e a criação de diálogos/debates em torno destes (Plush, 2015).
Segundo a autora Tamara Plush (2015), as vozes destas comunidades que são captadas e expressas através do processo de trabalho do Vídeo Participativo deverão sustentar-se e desenvolver-se tendo em conta três princípios: representação, reconhecimento e resposta.
O princípio da representação relaciona-se com a construção e consequente valorização das capacidades de comunicação das pessoas que estão em situação de marginalidade, em refletirem, representarem as suas vidas e experiências através de um meio de comunicação (Plush, 2015).
O princípio do reconhecimento relaciona-se com, por exemplo, as exibições dos filmes, que deverão ser acompanhadas com outras ferramentas de trabalho, para que as vozes dos participantes sejam reconhecidas e valorizadas e consigam influenciar as decisões políticas (Plush, 2015). O reconhecimento dessas vozes acontece em espaços onde, por norma, estas não conseguem ser ouvidas (Plush, 2015).
Nem todos os processos do Vídeo Participativo irão gerar imediatamente ação política, social e uma resposta, por isso, outros esforços terão que ser realizados, como por exemplo, “citizen engagement initiatives that strengthen grassroots networks, increase government accountability and/or build more inclusive societies” (Gaventa and Barret, 2010, Apud Plush, 2015, p.10).
O princípio da resposta relaciona-se com este tipo de atividades que poderão encorajar a prática do Vídeo Participativo a envolver-se mais estrategicamente no interior de contextos sociais e políticos mais alargados, para criar caminhos para que exista uma resposta considerável às reivindicações e às vozes das margens.
Plush (2015) afirma que a prática do Vídeo Participativo poderá fortalecer a representação de grupos excluídos nos espaços de decisões, igualmente cultivar o reconhecimento através da valorização das vozes marginalizadas através da criação de espaços e condições que poderão proporcionar um processo de escuta ativo e impulsionar uma resposta significativa através do confronto e de criação de uma desestabilização nas condições que são cúmplices na negação das vozes da comunidade.
Books by Inês Santos Moura
Arte na Educação: Políticas públicas e desenvolvimento humano em contexto local, 2021

La comunicación como elemento transversal. Del paradigma de la complejidad a la democracia a pequeña escala, 2020
This project of thesis aims to analyze and reflect on the potential of digital technologies in th... more This project of thesis aims to analyze and reflect on the potential of digital technologies in the promotion of citizen participation in online and offline contexts, integrating such theoretical- practical perspective in the urban context of the “Ilha” Bairro Alexandre Herculano in the city of Oporto (Portugal). Therefore, one of the key concepts is the small-scale democracy. It was a concept developed and influenced by the Scandinavian debates on the idea of democratizing society by strengthening the influence of public service users, in order to bring the decisions to the attention of those who are affected by them. The domains of a small-scale democracy may be related to education, housing, health, work, among others (Deth, Montero & Westholm, 2007). Participation in small-scale democracy deals with the efforts that individual citizens make to influence their own life situation in important social roles (Deth, Montero & Westholm, 2007). Expressive online participation does not disclaim the more traditional of- fline participation activities, such as participating in a political protest and, in turn, may pro- vide different paths to participation (Zúñiga, Veenstra, Vraga & Shah, 2010). Thus, the present research project aims to be articulated in collaboration with a group of residents of the Hercu- lano neighbourhood, in order to identify the possibility of local inhabitants to use appropriate multimedia resources to document and record collective memories of the place and to present possible proposals for improvement about their housing reality.

MOVIMIENTOS POPULISTAS EN EUROPA: LA ACTUALIZACIÓN DEL DISCURSO TOTALITARIO EN LOS MEDIOS DE COMUNICACIÓN ACTUALES Y SU REPERCUSIÓN EN LA OPINIÓN PÚBLICA, 2019
O presente artigo aborda a temática da cultura participativa e do respetivo envolvimento cidadão ... more O presente artigo aborda a temática da cultura participativa e do respetivo envolvimento cidadão através da utilização de específicas plataformas digitais desenhadas para o efeito. Nesse sentido, se apresentarão alguns projetos desenvolvidos por comunidades digitais, com forte enraizamento nos territórios locais, mirados à realização de serviços baseados na colaboração e no auxilio à resolução de problemas sociais (globais ou locais).
Entende-se a cultura participativa como algo que se organiza e estrutura à volta de questões (sociais como científicas, económicas como ambientais) de interesse comum, onde associações, indivíduos e outras entidades pretendem cooperar para contribuir à melhoria dos contextos de atuação.
Enquanto introdução e contextualização ao tema da cultura participativa, considerada através do prisma da evolução do ecossistema tecno-mediático, o presente trabalho analisa alguns estudos recentes realizados sobre este tema.
Todas estas reflexões levantam uma crítica implícita à superficialidade das retóricas participativas de cariz populista, onde, conjuntamente ao propagandear-se a desintermediação digital como um “admirável mundo novo” para o bem da democracia, desafia-se uma prática infocomunicacional assente na radicalização das posições e opiniões em rede, na viralidade de conteúdos duvidosos, de natureza emocional e preconceituosa, isto é, conformada a uma ética da comunicação não dialógica e incapaz de conceber o valor da mediação.
Pretende-se identificar e enfatizar uma cultura que, para além de ser definitivamente “onlife” (Floridi, 2015), também alude a uma maneira mais promissora de pensar e utilizar as plataformas digitais. Assim, são identificados alguns exemplos de plataformas digitais que proporcionam um combinado de cooperação e intervenção cidadã on e off-line.
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Na prática da foto elicitação podem ser consideradas duas abordagens: uma baseia-se na seleção de fotografias escolhidas pelo/a investigador/a e que são apresentadas aos entrevistados, a outra apoia-se nas fotografias captadas pelos/as entrevistados/as (Vannini, Rega, Sala & Cantoni, 2015). Neste caso, a abordagem adotada para a prática da foto elicitação implica o envolvimento dos moradores/entrevistados na seleção de fotografias pertencentes ao seu arquivo fotográfico pessoal, assim desenvolvendo-se conversas entre a investigadora e a entrevistada/o em torno dessas fotografias.
A foto elicitação tem como base as fotografias dos arquivos pessoais de um grupo de moradoras do Bairro Herculano. Neste artigo, já é possível apresentar dois exemplos de foto elicitação que foram concretizados no âmbito deste estudo. A utilização deste método de trabalho tem-se revelado fundamental na recolha de histórias e memórias sobre a realidade habitacional e social do Bairro Herculano.
deste conjunto de linguagens de expressão, partilha e aprendizagem.
Pretende-se também dar a conhecer a tecnologia e a literacia hipermédia como uma forma de reflexão sobre si próprios e de intervenção no tecido da comunidade onde atua. Através de uma oficina de Fotografia e Cinema de Animação, seis crianças do 2.º ano da EB /JI de S. Tomé puderam compreender a evolução do Cinema de Animação e da Fotografia, utilizar e experimentar diversos equipamentos audiovisuais e, por fim, criar um filme em conjunto.
O presente artigo reflete sobre as competências desenvolvidas por parte das crianças e sobre outros possíveis resultados que uma oficina deste tipo pode proporcionar
Conference Presentations by Inês Santos Moura
Na presente investigação procura-se, através da recolha de fotografias representativas da vida do e no Bairro Herculano, realizar entrevistas, no sentido de analisar as dimensões sociais e documentais de cada imagem, que auxiliem a revelar a história, identidade, arquitetura do espaço em análise e das dinâmicas de socialização entre os seus moradores. Deste modo, pretende-se traçar uma história do passado, do presente e do possível futuro daquele lugar e dos seus habitantes.
Na prática da photo elicitation poderão ser consideradas duas abordagens, uma delas baseia-se na seleção de fotografias escolhidas pelo/a investigador/a e que são apresentadas aos entrevistados, a outra apoia-se nas fotografias captadas pelos/as entrevistados/as (Vannini, Rega, Sala, & Cantoni, 2015).
Na presente investigação, a abordagem adotada para a prática da photo elicitation implica o envolvimento dos moradores/entrevistados na seleção de fotografias pertencentes ao seu arquivo fotográfico pessoal, assim, desenvolvendo-se conversas entre a investigadora e a entrevistada/o sobre essas fotografias.
A photo elicitation tem como base as fotografias dos arquivos pessoais de um grupo de moradoras do Bairro Herculano. Neste artigo, já é possível revelar dois exemplos de photo elicitation que foram concretizados no âmbito deste estudo. A utilização deste método de trabalho tem-se revelado fundamental na recolha de histórias e memórias sobre a realidade habitacional e social do Bairro Herculano.
O Vídeo Participativo é uma metodologia de trabalho que visa fomentar uma aprendizagem e desenvolver uma mudança social no interior de comunidades que vivem em situações de pobreza ou de marginalização, através da criação e exibição dos seus próprios filmes e a criação de diálogos/debates em torno destes (Plush, 2015).
Segundo a autora Tamara Plush (2015), as vozes destas comunidades que são captadas e expressas através do processo de trabalho do Vídeo Participativo deverão sustentar-se e desenvolver-se tendo em conta três princípios: representação, reconhecimento e resposta.
O princípio da representação relaciona-se com a construção e consequente valorização das capacidades de comunicação das pessoas que estão em situação de marginalidade, em refletirem, representarem as suas vidas e experiências através de um meio de comunicação (Plush, 2015).
O princípio do reconhecimento relaciona-se com, por exemplo, as exibições dos filmes, que deverão ser acompanhadas com outras ferramentas de trabalho, para que as vozes dos participantes sejam reconhecidas e valorizadas e consigam influenciar as decisões políticas (Plush, 2015). O reconhecimento dessas vozes acontece em espaços onde, por norma, estas não conseguem ser ouvidas (Plush, 2015).
Nem todos os processos do Vídeo Participativo irão gerar imediatamente ação política, social e uma resposta, por isso, outros esforços terão que ser realizados, como por exemplo, “citizen engagement initiatives that strengthen grassroots networks, increase government accountability and/or build more inclusive societies” (Gaventa and Barret, 2010, Apud Plush, 2015, p.10).
O princípio da resposta relaciona-se com este tipo de atividades que poderão encorajar a prática do Vídeo Participativo a envolver-se mais estrategicamente no interior de contextos sociais e políticos mais alargados, para criar caminhos para que exista uma resposta considerável às reivindicações e às vozes das margens.
Plush (2015) afirma que a prática do Vídeo Participativo poderá fortalecer a representação de grupos excluídos nos espaços de decisões, igualmente cultivar o reconhecimento através da valorização das vozes marginalizadas através da criação de espaços e condições que poderão proporcionar um processo de escuta ativo e impulsionar uma resposta significativa através do confronto e de criação de uma desestabilização nas condições que são cúmplices na negação das vozes da comunidade.
Books by Inês Santos Moura
Entende-se a cultura participativa como algo que se organiza e estrutura à volta de questões (sociais como científicas, económicas como ambientais) de interesse comum, onde associações, indivíduos e outras entidades pretendem cooperar para contribuir à melhoria dos contextos de atuação.
Enquanto introdução e contextualização ao tema da cultura participativa, considerada através do prisma da evolução do ecossistema tecno-mediático, o presente trabalho analisa alguns estudos recentes realizados sobre este tema.
Todas estas reflexões levantam uma crítica implícita à superficialidade das retóricas participativas de cariz populista, onde, conjuntamente ao propagandear-se a desintermediação digital como um “admirável mundo novo” para o bem da democracia, desafia-se uma prática infocomunicacional assente na radicalização das posições e opiniões em rede, na viralidade de conteúdos duvidosos, de natureza emocional e preconceituosa, isto é, conformada a uma ética da comunicação não dialógica e incapaz de conceber o valor da mediação.
Pretende-se identificar e enfatizar uma cultura que, para além de ser definitivamente “onlife” (Floridi, 2015), também alude a uma maneira mais promissora de pensar e utilizar as plataformas digitais. Assim, são identificados alguns exemplos de plataformas digitais que proporcionam um combinado de cooperação e intervenção cidadã on e off-line.
Na prática da foto elicitação podem ser consideradas duas abordagens: uma baseia-se na seleção de fotografias escolhidas pelo/a investigador/a e que são apresentadas aos entrevistados, a outra apoia-se nas fotografias captadas pelos/as entrevistados/as (Vannini, Rega, Sala & Cantoni, 2015). Neste caso, a abordagem adotada para a prática da foto elicitação implica o envolvimento dos moradores/entrevistados na seleção de fotografias pertencentes ao seu arquivo fotográfico pessoal, assim desenvolvendo-se conversas entre a investigadora e a entrevistada/o em torno dessas fotografias.
A foto elicitação tem como base as fotografias dos arquivos pessoais de um grupo de moradoras do Bairro Herculano. Neste artigo, já é possível apresentar dois exemplos de foto elicitação que foram concretizados no âmbito deste estudo. A utilização deste método de trabalho tem-se revelado fundamental na recolha de histórias e memórias sobre a realidade habitacional e social do Bairro Herculano.
deste conjunto de linguagens de expressão, partilha e aprendizagem.
Pretende-se também dar a conhecer a tecnologia e a literacia hipermédia como uma forma de reflexão sobre si próprios e de intervenção no tecido da comunidade onde atua. Através de uma oficina de Fotografia e Cinema de Animação, seis crianças do 2.º ano da EB /JI de S. Tomé puderam compreender a evolução do Cinema de Animação e da Fotografia, utilizar e experimentar diversos equipamentos audiovisuais e, por fim, criar um filme em conjunto.
O presente artigo reflete sobre as competências desenvolvidas por parte das crianças e sobre outros possíveis resultados que uma oficina deste tipo pode proporcionar
Na presente investigação procura-se, através da recolha de fotografias representativas da vida do e no Bairro Herculano, realizar entrevistas, no sentido de analisar as dimensões sociais e documentais de cada imagem, que auxiliem a revelar a história, identidade, arquitetura do espaço em análise e das dinâmicas de socialização entre os seus moradores. Deste modo, pretende-se traçar uma história do passado, do presente e do possível futuro daquele lugar e dos seus habitantes.
Na prática da photo elicitation poderão ser consideradas duas abordagens, uma delas baseia-se na seleção de fotografias escolhidas pelo/a investigador/a e que são apresentadas aos entrevistados, a outra apoia-se nas fotografias captadas pelos/as entrevistados/as (Vannini, Rega, Sala, & Cantoni, 2015).
Na presente investigação, a abordagem adotada para a prática da photo elicitation implica o envolvimento dos moradores/entrevistados na seleção de fotografias pertencentes ao seu arquivo fotográfico pessoal, assim, desenvolvendo-se conversas entre a investigadora e a entrevistada/o sobre essas fotografias.
A photo elicitation tem como base as fotografias dos arquivos pessoais de um grupo de moradoras do Bairro Herculano. Neste artigo, já é possível revelar dois exemplos de photo elicitation que foram concretizados no âmbito deste estudo. A utilização deste método de trabalho tem-se revelado fundamental na recolha de histórias e memórias sobre a realidade habitacional e social do Bairro Herculano.
O Vídeo Participativo é uma metodologia de trabalho que visa fomentar uma aprendizagem e desenvolver uma mudança social no interior de comunidades que vivem em situações de pobreza ou de marginalização, através da criação e exibição dos seus próprios filmes e a criação de diálogos/debates em torno destes (Plush, 2015).
Segundo a autora Tamara Plush (2015), as vozes destas comunidades que são captadas e expressas através do processo de trabalho do Vídeo Participativo deverão sustentar-se e desenvolver-se tendo em conta três princípios: representação, reconhecimento e resposta.
O princípio da representação relaciona-se com a construção e consequente valorização das capacidades de comunicação das pessoas que estão em situação de marginalidade, em refletirem, representarem as suas vidas e experiências através de um meio de comunicação (Plush, 2015).
O princípio do reconhecimento relaciona-se com, por exemplo, as exibições dos filmes, que deverão ser acompanhadas com outras ferramentas de trabalho, para que as vozes dos participantes sejam reconhecidas e valorizadas e consigam influenciar as decisões políticas (Plush, 2015). O reconhecimento dessas vozes acontece em espaços onde, por norma, estas não conseguem ser ouvidas (Plush, 2015).
Nem todos os processos do Vídeo Participativo irão gerar imediatamente ação política, social e uma resposta, por isso, outros esforços terão que ser realizados, como por exemplo, “citizen engagement initiatives that strengthen grassroots networks, increase government accountability and/or build more inclusive societies” (Gaventa and Barret, 2010, Apud Plush, 2015, p.10).
O princípio da resposta relaciona-se com este tipo de atividades que poderão encorajar a prática do Vídeo Participativo a envolver-se mais estrategicamente no interior de contextos sociais e políticos mais alargados, para criar caminhos para que exista uma resposta considerável às reivindicações e às vozes das margens.
Plush (2015) afirma que a prática do Vídeo Participativo poderá fortalecer a representação de grupos excluídos nos espaços de decisões, igualmente cultivar o reconhecimento através da valorização das vozes marginalizadas através da criação de espaços e condições que poderão proporcionar um processo de escuta ativo e impulsionar uma resposta significativa através do confronto e de criação de uma desestabilização nas condições que são cúmplices na negação das vozes da comunidade.
Entende-se a cultura participativa como algo que se organiza e estrutura à volta de questões (sociais como científicas, económicas como ambientais) de interesse comum, onde associações, indivíduos e outras entidades pretendem cooperar para contribuir à melhoria dos contextos de atuação.
Enquanto introdução e contextualização ao tema da cultura participativa, considerada através do prisma da evolução do ecossistema tecno-mediático, o presente trabalho analisa alguns estudos recentes realizados sobre este tema.
Todas estas reflexões levantam uma crítica implícita à superficialidade das retóricas participativas de cariz populista, onde, conjuntamente ao propagandear-se a desintermediação digital como um “admirável mundo novo” para o bem da democracia, desafia-se uma prática infocomunicacional assente na radicalização das posições e opiniões em rede, na viralidade de conteúdos duvidosos, de natureza emocional e preconceituosa, isto é, conformada a uma ética da comunicação não dialógica e incapaz de conceber o valor da mediação.
Pretende-se identificar e enfatizar uma cultura que, para além de ser definitivamente “onlife” (Floridi, 2015), também alude a uma maneira mais promissora de pensar e utilizar as plataformas digitais. Assim, são identificados alguns exemplos de plataformas digitais que proporcionam um combinado de cooperação e intervenção cidadã on e off-line.